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Rene Silva encerra XVII edição do Prêmio Controversas e enfatiza a importância da democratização da informação




‘’Na favela, as crianças aprendem a diferenciar o barulho de tiro e bomba antes de aprender a ler e escrever’’. Foi com essas palavras que o jornalista e criador do jornal comunitário Voz das Comunidades chamou atenção no segundo dia do Prêmio Controversas para a dinâmica de prioridades na favela.


Encerrando o último dia da XVII edição do Prêmio Controversas, o criador do Voz das Comunidades contou um pouco dos desafios encontrados por quem faz jornalismo em uma favelas. Ainda com 11 anos, enquanto morava no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, Rene Silva criou um veículo que buscava falar sobre o dia a dia nas comunidades.

A ideia inicial era retratar em suas folhas A4 diagramadas com ajuda dos anunciantes (comerciantes locais), a rotina que fugia dos cenários de criminalidade e violência.


‘’Eu nunca via a favela sendo falada como eu gostaria que fosse falada. Foi quando eu decidi criar esse jornal para falar de outro olhar, um olhar de dentro da favela, nosso próprio olhar. Ainda criança, eu queria mostrar a indignação que os moradores tinham’’, explicou.

Foi a partir dessa iniciativa, que surgiu como uma brincadeira, que o veículo de informação local começou a trazer retornos significativos para a região.


Hoje, o Voz das Comunidades é um dos maiores veículos responsáveis por levar e trazer informações sobre e para as ruas das comunidades do Complexo de Favelas do Alemão. Para Rene, uma das principais dificuldades é levar informação para lugares em que a realidade ensina antes que a própria educação formal. Segundo ele, um dos principais objetivos e desafios enfrentados pelo Voz e demais veículos é o de democratizar a informação.


“O motivo para mantermos as edições impressas é porque muitos moradores não têm acesso a aparelhos celulares. Além disso, tem pessoas mais velhas que não sabem mexer no celular e os jornais impressos são uma forma deles se informarem’’, complementou.

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