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Primeiro Controversas em formato virtual trouxe desafios, mas também vantagens inéditas


Karen Vencovsky


Mais de 1.100 pessoas já visualizaram no Youtube as palestras da 15ª edição do Controversas UFF de 2021, sobre Jornalismo e Pandemia, que aconteceu nos dias 16 e 18 de agosto. Isso foi possível pelo fato de o evento ter sido ofererecido pela primeira vez no formato remoto, via StreamYard, com transmissão simultânea pelo Youtube.


“Por um lado, foi uma pena não termos podido proporcionar o encontro presencial entre nossos alunos e convidados. Por outro, tivemos um alcance bem maior que das outras vezes e pudemos reunir palestrantes de todo o país”, avalia a coordenadora do evento, Larissa Morais.


Organizado por professores e alunos do curso de Jornalismo da UFF, o Controversas é um projeto de extensão da universidade que tem como principal objetivo aproximar estudantes de Jornalismo da realidade do mercado de trabalho. Cada dia contou com três mesas sobre assuntos que os alunos acharam importantes para futuros jornalistas.


As 14 edições anteriores tinham acontecido em auditórios da UFF, então a organização enfrentou desafios inéditos. Uma preocupação era não tornar o evento cansativo para o público. “Por isso fizemos mesas de no máximo uma hora, com mais meia dedicada a perguntas, e com intervalos regulares”, explicou Larissa Morais. O resultado demonstrou uma alta aceitabilidade desse modelo de evento, e ainda trouxe benefícios inesperados.


“Nessa edição, conseguimos reunir pessoas de diferentes lugares, uma grande oportunidade de termos mesas interessantíssimas. Estudantes de outros estados puderam também assistir o evento pela primeira vez, seja ao vivo, participando de perguntas, ou assistindo depois, já que os vídeos ficaram disponíveis online”, avaliou a professora do curso de Jornalismo Bárbara Emanuel, que é consultora do projeto para a área de comunicação visual.


Por exemplo, na mesa sobre reportagem na pandemia, um dos convidados foi Daniel Gullino, Jornalista de Política do O Globo que atua em Brasília e provavelmente não poderia ter vindo ao Rio para uma edição presencial. O evento também recebeu dois convidados que atuam em São Paulo, Marcos Vinicius Oliveira, da CNN, e Natália Flores, da Agência Bori. A pesquisadora Janara Nicoletti, que participou da mesa sobre precarização do trabalho, está na Alemanha.


Outro ganho foi a gravação completa do evento, que está disponibilizada no Youtube. Além disso, os espectadores puderam interagir uns com os outros no chat, trocando ideias entre si e com os debatedores.


A primeira mesa foi “Pandemia e deterioração do trabalho: as armadilhas do home office e a produtividade tóxica”, com os convidados Julio Figueiredo, professor do curso de Psicologia na UFF, Marlos Mendes, jornalista e pesquisador, e Janara Nicoletti, jornalista e pesquisadora do Objethos. O depoimento da espectadora Bruna Navarro resumiu: “Que mesa necessária!”


Apesar de necessária, a mesa trouxe à tona alguns temas de preocupação para jovens que estão de olho no mercado de trabalho, e que foram exacerbados pelo momento de crise causado pela pandemia do Covid-19, como a reforma trabalhista. Comentários como o que a espectadora Taís Aparecida fez demonstram a tensão dos alunos: “Essa destruição generalizada dos direitos trabalhistas é muito desanimadora para nós jovens que estamos começando. Me sinto de mãos atadas, sem perspectiva de futuro, é triste demais!”


A segunda mesa discutiu “O Papel da Divulgação Científica no Atual Cenário de Desinformação”, com os convidados Natália Flores, jornalista de ciência, Marcia Correa e Castro, do Canal Saúde da Fiocruz, e Roberta Jansen, repórter do Estado de São Paulo. A mesa seguinte foi sobre “Reportagem na pandemia”, com Marcus Vinícius Oliveira, do CNN Séries Originais, Daniel Gullino, do O Globo, e Juliana Dal Piva, colunista da UOL e apresentadora do podcast A vida de Jair, sobre o presidente Jair Bolsonaro.


Os feedbacks do público no primeiro dia confirmaram que o objetivo de inspirar e informar futuros jornalistas foi alcançado. O chat foi recheado de comentários como o da Esther Almeida, que achou “Tudo incrível! Um evento repleto de aprendizado”, e Fátima Moraes, que comentou: “Que evento incríveel! Essa última mesa foi super inspiradora!”


O segundo dia procurou tratar de temas relacionados ao futuro do jornalismo. As mesas foram pensadas para trazer as tendências e consequências da pandemia para o trabalho jornalístico na prática.


A primeira mesa tratou de “Novos nichos de atuação: Podcast, Tik Tok e Instagram”, com os convidados Roberta Camargo, do podcast e IGTV Simplão, Rodrigo Alves, do podcast Vida de Jornalista, e João Abel, do Drops do Estadão.


As redes sociais dominaram também a segunda mesa do segundo dia, sobre “Influenciadores digitais no jornalismo”, com Cecília Boechat, apresentadora do GNT, Victor Canedo, produtor de conteúdo digital, e André Mendes, Head de PR e Diversidade da Agência Máindi.


A última mesa do evento, Prata da casa, é a queridinha de alunos e professores, e uma das mais aguardadas pelos alunos que organizaram o evento. Ela traz ex-alunos do curso de volta para casa para compartilhar suas experiências no mercado depois da conclusão do curso. Este ano, os convidados foram Giba Perez, do Globo Esporte, Luiza Gould, do Instituto La Salle, e Nelsinho Lima Neto, do jornal O Globo.


Sobre a oportunidade de voltar para casa e participar do evento, Luiza respondeu: “Eu me vi como a aluna que em 2013 ajudou a organizar uma edição do Controversas. Voltei ao passado falando sobre ele e também sobre o meu presente. Simultaneamente, espiei o futuro nos olhos dos graduandos de hoje. E isso eu só poderia viver, verdadeiramente, nesta casa, da onde considero que nunca saí”. Luísa ainda agradeceu aos envolvidos pela oportunidade: “Só tenho a agradecer à Larissa por seguir com este projeto que faz a diferença para gerações. Só tenho a agradecer a esses alunos incríveis, que estão fazendo o Controversas, que estão assistindo, que estão vivendo decobertas”.


Já Giba elogiou a flexibilidade dos alunos ao enfretar o desafio inusitado de um evento inteiramente online: “Eu achei uma ótima solução para o momento. Funcionou muito bem e as pautas foram bem interessantes. Faz falta o contato pessoal, voltar ao IACS, mas ainda assim o evento atendeu ao que é o Controversas historicamente”, acrescentou.


O debate da mesa acertou em cheio as dúvidas e preocupações dos alunos, que fizeram muitas perguntas no chat, ao longo do evento. Para o aluno Gabriel Spanner a mesa final foi muito inspiradora e para Pedro Lima “É gostoso ouvir quem passou pelo o que a gente passa!”


No total, mesmo com os desafios particulares de levar um evento tradicionalmente físico para o ambiente digital, o saldo foi muito positivo. Mesmo com as dificuldades, a edição 2021 já pode ser considerada uma das que teve mais interação e engajamento, e continua acumulando visualizações a cada dia. A gravação está disponível no YouTube e pode ser acessada no canal Controversas UFF.



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