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Prata da Casa: Ex-alunos de Jornalismo falam da importância da UFF em suatrajetória

Por Felipe Teófilo


Encerrando a XVI edição Controversas, a mesa Prata da Casa recebeu cinco ex-alunos da

UFF para uma conversa sobre passado, presente e, principalmente, futuro. Filipe Pavão, do

UOL; Gabriela Medeiros, do jornal Extra; Bruna Rezende, da agência Aos Fatos; Letícia

Lopes, do jornal O Globo; e Gabi Moscardini, do Instituto Fogo Cruzado, debateram durante

quase duas horas suas experiências dentro e fora da UFF. Mediado por Catarina Brener e

Maria Luisa Pimenta, o debate envolveu o período de estágio dos convidados, iniciação

científica, monitoria, TCC, o atual trabalho. No final, ainda deram sugestões para a grade

curricular do curso de jornalismo.


A felicidade de estar vivendo esse momento de retorno à universidade que os formou era

notória no rosto de cada convidado e, após os agradecimentos, eles falaram sobre como a

UFF os preparou para o mercado de trabalho.


Os conhecimentos técnicos se tornam cada vez mais importantes no momento atual do

jornalismo, e foi notório para os ex-alunos convidados o quanto a universidade tem se

adaptado para adicionar alguns desses aprendizados na grade curricular, mas sem deixar del ado a parte teórica, componente fundamental da formação do pensamento crítico. “Temos um diferencial da UFF, onde aliamos técnica e teoria. Quando você tem uma bagagem do senso crítico, isso faz a diferença, e a universidade pública nos dá essa capacidade, muito por conta da formação teórica”, sintetizou Gabriela Medeiros.


A ex-aluna defendeu no ano passado TCC sobre as transformações da produção jornalística em função da pandemia de covid-19. Ela lembrou que o jornalismo envolve contato com as pessoas, e isso se tornou um risco para a saúde. “As redações tiveram que se adaptar, ap essoas tinham dúvidas e do lado de cá precisávamos suprir essa snecessidade [de informação]. A solução foi a tecnologia. Muita coisa vai ficar de aprendizado e será incorporada”, acrescentou.


Para Bruna Rezende, a pandemia fez o jornalismo perceber que precisaria valorizar mais a

cobertura da área de saúde. “Os comunicadores de saúde conseguem comunicar bem sobre esse tema, atingindo o público. Já os jornalistas da área não conseguem o mesmo resultado”, disse a jornalista.


Apesar dos riscos, o jornalismo não podia parar e não parou. “A gente tinha que estar ali, não tinha outra opção. Eu fui da porta do IML até a porta do hospital, vi escolas e shoppings

abrindo e fechando, estive em coletivas com o prefeito. Profissionalmente foi a minha maior

experiência, mas foi tenebroso”, relembrou Letícia Lopes.


Quando falamos de possibilidades no campo de trabalho do jornalismo, muitas surgiram nos últimos anos, entre elas as agências de checagem. Bruna Rezende trabalha na Aos Fatos, uma das mais conhecidas da atualidade, e comentou sobre a importância do trabalho feito em sua empresa para a garantia da democracia. Ela enfatizou que, principalmente na época de eleições, o trabalho é árduo e cansativo. A saúde mental dos jornalistas é de extrema importância, principalmente nesse ‘bombardeio’ de mentiras. “A gente como jornalista negligencia a importância de ter suporte emocional e, quando temos, a carga fica um pouco mais leve. Nas eleições, o trabalho foi uma experiência única, incrível e cansativa. Você luta e não consegue vencer, não acaba. Porém, quando acabou o segundo turno, vimos que conseguimos auxiliar uma democracia a se manter de pé. Eu não vou vencer, mas ajudo para que o pior não se torne real”, comentou Bruna.


Outro tema do debate, posto pela mediação, foi o do intercâmbio. A UFF possui bolsas de

estudo para alunos que desejam passar um período em uma faculdade de fora do país,

aprendendo tanto para o desenvolvimento profissional, quanto para o cultural. Filipe Pavão e Gabriela Medeiros viveram essa experiência. Ambos perceberam a excelência da UFF no

ensino e as diferenças em relação às universidades do exterior. “O nosso ensino crítico é

muito maior que o de lá. Apesar de também haver desigualdade nesses países europeus, não é prioridade deles debaterem isso. A UFF é uma das universidades que mais mandam

estudantes para o exterior, devemos aproveitar essas oportunidades que a universidade nos dá”, disse Filipe Pavão. Gabriela complementou:


“Eles não têm o pensamento crítico que temos aqui, o jornalismo é ensinado como se fosse

matemática. Senti falta das aulas de reflexão e discussão, de trocar com colegas e professores, temos que valorizar isso. Tudo que eles aprendem lá, a gente aprende aqui, e aprendemos mais”.


Por fim, as mediadoras pediram aos convidados que, com base em suas experiências,

sugerissem temas ou até disciplinas para a grade de jornalismo. “Precisamos de aulas sobre

dados, programação, métricas e infografia”, sugeriu Letícia. “Acho uma pena não termos

aulas de programação e redes sociais. Na comunicação, acho que esse é o caminho”,

completou Gabi Moscardini. “Estudar redes sociais ao fundo e também disciplinas

temáticas”, pediu Gabriela Medeiros. “Jornalismo para TikTok”, lembrou Filipe Pavão.

“Aulas de apuração”, finalizou Bruna Rezende.

 
 
 

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