Matéria feita por Karen Rodrigues.
A 15ª edição do Controversas teve início na segunda-feira (16/8), com o tema “Jornalismo e Pandemia - como foi e como será”. A mesa de abertura deu o pontapé inicial para o primeiro dia do evento, “Como Foi”, e contou com a participação da professora e coordenadora do projeto, Larissa Morais; da diretora do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal Fluminense (UFF), Flávia Clemente; e da Chefe do Departamento de Comunicação Social, Danielle Brasiliense. A apresentação foi do aluno Roberto Malfacini.
“Estou muito feliz de estar aqui, recebendo vocês. Queria agradecer a presença de todo mundo. Quem me conhece da UFF sabe meu xodó pelo Controversas. Não é um projeto só meu, é um projeto que envolveu muitos professores do departamento, que estão sempre contribuindo. É um projeto que está completando 11 anos, que já envolveu muitos grupos de alunos e que me orgulha muito”, disse Larissa Morais.
Larissa agradeceu a presença de todos em mais uma edição do Controversas e a organização do evento. A professora falou brevemente sobre cada mesa de debate programada para o dia e relembrou edições antigas que contaram com participações importantes, como a do jornalista Geneton Moraes Neto, da Globonews, no ano de 2013. Ela enfatizou a falta que Geneton faz ao jornalismo brasileiro desde 2016, quando morreu precocemente, aos 60 anos.
“Meu objetivo é que os alunos possam fazer o seu olhar crítico, um caminho para construírem boas práticas jornalísticas nas diferentes mídias. Alguma coisa que a gente está precisando muito em tempos de muitos ataques à ciência e à nossa profissão. A gente precisa reconhecer que a imprensa, que hoje está praticamente toda alinhada contra o negacionismo, tentando resgatar a sua credibilidade, tem uma responsabilidade no quadro político que está instalado hoje, pelo tratamento dado a uma sequência de fatos políticos nos últimos anos, especialmente a partir das manifestações de 2013. Às vezes para defender a imprensa, a gente precisa também criticar essa imprensa”, complementou Larissa.
Segundo a coordenadora do projeto, um dos objetivos do Controversas é aproximar os alunos do mercado de trabalho, pelo contato com os debates. Também propiciar aos que participam da produção a possibilidade de exercer atividades práticas, como a criação do site, mediação dos debates, cobertura do evento e produção de conteúdo para as redes sociais.
Larissa ainda lembrou que o fato de o Controversas acontecer desta vez no formato online trouxe pelo menos uma vantagem importante: a possibilidade de reunir convidados de outros estados do país que talvez não pudessem contribuir com suas visões do jornalismo na pandemia, se estivéssemos num evento presencial.
A professora Dani Brasiliense parabenizou e agradeceu a coordenadora do projeto e aos alunos do curso de Jornalismo pela persistência em continuar com o evento em formato remoto, diante do momento atual de pandemia da Covid-19.
“Quero agradecer por fazer parte desse time, agradecer o trabalho da Larissa e dos alunos, porque é muito importante esse trabalho do Controversas, por terem persistido, ainda que por vídeo”, disse a professora e chefe de departamento de Comunicação Social.
Dani ainda ressaltou que trouxe algumas perdas, mas, por outro lado, possibilitou uma série de atividade práticas, como a produção de trabalhos audiovisuais, com o maior uso da internet e das redes sociais.
Flávia Clemente, diretora do IACS e professora dos cursos de Jornalismo e Comunicação Social, falou sobre a importância da conexão entre os diferentes cursos do IACS.
“Eu tenho amigos de várias gerações que estão nas mesas do Controversas, desde os que estudaram comigo até meus alunos mais recentes. Então, é muito legal a nossa noção de comunidade, ter uma coletividade. Eu acho isso muito bonito. Gosto muito da gente ter essa característica”.
A professora disse que a 15ª edição do evento, com o tema “Jornalismo e Pandemia”, tornou-se bastante relevante, ainda mais pelo formato virtual, consequência da pandemia e das medidas de distanciamento social.
“O Controversas é um evento muito legal, porque estimula esse debate entre o mercado e a academia, ele faz uma ponte, que vira o que a gente vai se chamar de práxis. Ele é muito importante para a nossa formação”, afirmou.
Flávia falou sobre o “novo normal” e lamentou o grande número de mortos pela Covid-19 no Brasil. Ela ainda citou uma nota da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que informava que o Brasil era o país com o maior número de jornalistas mortos pela doença.
“A gente não parou hora nenhuma no jornalismo, acho importante ressaltar. A nossa carreira é tão fundamental quanto outras carreiras que são consideradas fundamentais. Temos que combater a visão de que a gente não importa tanto assim. A gente não é menos importante do que um médico, um engenheiro, advogado. Nós somos tão importantes quanto. Nós temos uma função social tão importante quanto”, finalizou.
Após a abertura, o evento teve início com a mesa “Pandemia e deterioração do trabalho: as armadilhas do home office e a produtividade tóxica”, mediada pela aluna Luiza Maia, com participação do professor de psicologia na UFF, Julio Figueiredo, do jornalista e pesquisador, Marlos Mendes, e da jornalista e pesquisadora do Objethos, Janara Nicoletti.
Em seguida, aconteceu o debate sobre “O Papel da Divulgação Científica no Atual Cenário de Desinformação”, com mediação do aluno João Pedro Lima e participação das jornalistas científicas Natália Flores, da Agência Bori, Marcia Correa e Castro, do Canal Saúde da Fiocruz, e Roberta Jansen, do Estado de S. Paulo.
Fechando o primeiro dia de evento, o aluno Marco Antônio Victoy mediou a mesa de debate “Reportagem na Pandemia”, com participação de Marcus Vinícius Oliveira, repórter da CNN Séries Originais, Daniel Gullino, jornalista de política do Jornal O Globo, e Juliana Dal Piva, colunista da UOL e apresentadora do podcast “A vida de Jair”.
Comments