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Mesa sobre jornalismo independente traz à tona novos horizontes para além das dificuldades já conhecidas


A segunda mesa do primeiro dia do XVII Controversas teve como tema central “A alternativa do jornalismo independente”. Para a conversa, foram convidados a repórter ex-Intercept Nathália Braga, o fotojornalista independente Lucas Landau e o repórter do Colabora Yuri Fernandes.


O bate-papo, mediado pelas alunas Francielly Barbosa e Mayra Castro, abordou as experiências pessoais e profissionais dos convidados, além de conselhos, visões, contrapontos e oportunidades em uma área pouco discutida no jornalismo. Nathália Braga conta que, apesar de nunca ter se imaginado na área do jornalismo investigativo antes, acabou encontrando um propósito profissional com essa experiência no Intercept Brasil: “Eu acho que é uma das poucas vertentes do jornalismo onde a gente se sente com tranquilidade para poder lutar por causas assumidamente, e é isso aí mesmo, vamos nomear pessoas que estão cometendo crimes, culpabilizar as empresas e defender pessoas que estão passando por situações delicadas como perseguição, ameaças de morte e tudo mais. Eu acho que, profissionalmente, fora o jornalismo investigativo, eu não sei se em outro lugar dessa profissão eu me sentiria tão útil pra sociedade”.


Da esquerda para a direita: a aluna Francielly Barbosa, o fotojornalista Lucas Ladau, a repórter Nathalia Braga, a aluna Mayra Castro e o repórter Yuri Fernandes


Outro que se encontrou no jornalismo independente foi Yuri Fernandes. Apesar de ter passado pela Globo e participado de produtos importantes da empresa (Bom Dia Brasil, Fantástico e Revista Ego), viu seu futuro no mercado alternativo: “Foi uma transição nova pra mim, mas que mudou minha vida em vários sentidos. Eu consegui construir minha carreira que estou construindo ainda no jornalismo graças ao jornalismo independente. Acessar lugares que eu não imaginava, conseguir prêmios, ter liberdade de pautar aquilo que eu acredito e que é a minha verdade. Eu tenho um trabalho focado em terceira idade LGBT, que de repente, numa grande mídia, ia ser muito difícil eu fazer, não ia ser do jeito que eu queria. No Colabora, tive total liberdade pra fazer do jeito que eu queria e consegui pautar a grande mídia. Depois que eu fiz esse trabalho, a GloboNews deu também, me entrevistou, a Vogue. Então é um caminho. Eu falo com bastante otimismo, sei que tem dificuldade em todos os canais e formatos, mas foi algo que eu me encontrei profissionalmente”, contou.


O fotojornalista Lucas Landau apresentou o tema por uma outra ótica, relacionada ao leque de possibilidades para se oferecer um trabalho, no mercado independente.  “É muito bom poder ser independente. Poder sugerir para o Colabora, porque essa matéria a Reuters não vai pegar, o UOL não vai pegar, o Colabora tem tudo a ver e vão aceitar. Então é muito bom poder também transitar e comunicar, eu trabalhava muito com a revista Cláudia, uma revista de dondoca, de gente mais velha. E eu falava ‘cara, é muito legal poder trocar com essa galera também’. As minhas pautas, as minhas ideias, os meus valores. É legal poder transitar e brincar com uma comunicação diferente para cada público”, disse Lucas.


Apesar das dificuldades que a área traz, principalmente de visibilidade e na parte financeira, comentário unânime dos convidados, a conversa também trouxe outras visões, seguindo o tema da 17ª edição do evento, “Jornalismo por novos olhares”: “Eu percebi que o jornalismo independente é uma grande vitrine também do seu trabalho. Quando você tem uma boa história, um bom conteúdo, uma boa matéria, um bom personagem, você não precisa esperar estar publicado no Globo, no Extra, você consegue publicar em meios alternativos de comunicação ou até em seus próprios meios, hoje em dia todo mundo produz conteúdo”, completou Yuri, que é ex-aluno do curso de Jornalismo da UFF.


Além dessa conversa, o evento contou no primeiro dia com Branca Vianna (Rádio Novelo) para a abertura do dia e teve a mesa “Tendências do jornalismo digital” com Thássius Veloso (Tecnoblog), Manuella Caputo (Abraji), Maria Clara Pestre (AFP) e Daniela Pereira (FSB Comunicação), com mediação das alunas Taís Aparecida e Kézya Alexandra.


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