Por João Paulo Souza
O primeiro dia do Controversas foi encerrado com a mesa Possibilidades no Jornalismo Digital, com Agostinho Vieira, do projeto Colabora; Maria Clara da Silva, do Mundo Negro; Lucas Rocha, da agência Sputnik, e Vanessa Barcellos, do Telas por Elas. A mediação foi feita pelas alunas Leticia Barboza e Núbia Xarife.
Agostinho iniciou a roda de conversa lembrando que hoje todos os veículos e profissionais produzem conteúdo digital, como O Globo e a Folha de S. Paulo. Falou também sobre a trajetória do projeto Colabora, que já existe há sete anos e atualmente tem em torno de cem colaboradores: “Após esses anos, se me perguntarem se foi um sucesso absoluto, não posso afirmar, mas tem um faturamento razoável, e o Colabora é um produto que gostamos de fazer, nos passa a sensação que deixamos um legado. Para nós é o que importa”.
Lucas Rocha relembrou a época em que trabalhou no Jornal do Brasil, veículo tradicional que deixou de circular no modo impresso. Antes de ir para a Sputinik, o jornalista se destacou na revista Fórum. Como Agostinho, Lucas enfatizou que hoje o jornalismo é digital, para ele essa realidade aponta o presente e o futuro da profissão. Segundo Lucas, hoje em dia o “papel” já não comunica e não alcança público da mesma maneira que o produto digital.
Atualmente é inevitável que jornalistas da nova geração migrem diretamente para as mídias digitais, por estarem bem mais familiarizados com esse mundo. Quando entram no mercado, muitos preferem o meio digital à mídia convencional. Vanessa Barcellos que optou por trilhar sua carreira desta maneira, afirmou: “Acaba sendo um caminho natural, por conta da falta de oportunidades na mídia tradicional, logo o ambiente digital é um processo natural para os jornalistas que ingressam no mercado de trabalho”.
Já Maria Clara Silva, do site de notícias Mundo Negro, falou sobre sua trajetória para conseguir espaço num mercado de trabalho muito marcado pelo racismo. Ela contou ao público como conseguiu um estágio após questionar a abordagem de uma matéria do site. Para ela, o jornalismo digital tem aberto novos espaços para a diversidade, o que é fundamental não só para a atividade jornalística como para a sociedade.
Na parte final do debate, alguns participantes disseram que é importante que a comunidade jornalística mantenha a sua essência e não se preocupe tanto em seguir diretrizes do SEO (Search Engine Optimization, mecanismo para conquistar mais indicações no Google).
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