top of page
controversasuff

“Caminhos para o jornalismo em redes sociais” foi tema de mesa do Controversas

Atualizado: 28 de dez. de 2022

O debate teve jornalistas da mídia tradicional, de agências de checagem e de assessoria de imprensa


Por Catiane Pereira



"Temos que nos agarrar na apuração, na informação de qualidade, na informação aprofundada e na análise.". A frase da jornalista Marina Ferreira foi destaque no primeiro dia da edição XVI do Controversas, que cedeu uma mesa de debate com a presença de jornalistas com especilidade no trabalho em redes sociais.


Estiveram presentes no encontro Nathalia Afonso, da Agência Lupa; Tássia di Carvalho, da Agência Is; Marina Ferreira, da GloboNews; e Suzana Carqueija, da assessoria do clube Fluminense. A mediação ficou por conta de Eduardo Bartkevihi e Gabrielly Ferraz.


Nathalia Afonso contou um pouco sobre o trabalho da Agência Lupa em parceria com a rede social Tik Tok, e o esforço de uma agência de checagem para se fazer relevante em ano de eleições.


“Em julho desse ano fizemos uma parceria com o Tik Tok para poder publicar vídeos na plataforma. A ideia era realmente focar nas eleições, porque teríamos em outubro. Então começamos em julho, publicando sempre dois vídeos por semana. Montamos toda uma equipe. Eu sempre falo dessas pessoas por trás das câmeras porque realmente é importante. Temos um roteirista, uma editora de vídeo e quatro apresentadores. E eu fico ali só agindo para que tudo dê certo. Para todas as pessoas ficarem felizes e trabalhando seguindo os prazos e com a saúde mental em dia”, contou a jornalista.


Nathalia deu uma dica para quem deseja produzir conteúdo digital: “O que você vai fazer para que o seu conteúdo seja diferente? Essa é a grande pergunta e eu não vou querer fazer uma resposta completa. Porque não é receita de bolo para que todo mundo repita. Então eu faço a parte mais técnica e o roteirista pega esse texto que está cheio de jargões que distanciam o público e tenta trazer uma linguagem mais divertida e mais leve”.


Já Marina Ferreira destacou que desde a época de estudante já se preocupava em produzir conteúdo na internet, e dentro da Globonews chegou a criar uma página no Facebook que se chamada “Politique” numa tentativa de levar entendimento sobre como funciona o governo do Brasil.


“Porque parece que a política é feita para afastar. São termos muito complicados, parece que o repórter de política é um ser avançado que tem contato com os poderes. Então nós fazíamos vídeos tentando explicar como se fosse para qualquer pessoa", destacou a jornalista.


Suzana Carqueja, assessora de imprensa do Fluminense Football Club, destacou que, pelo fato de lidar com torcedores de futebol, seu público age de uma maneira passional. Dessa maneira, as redes sociais de um clube devem saber o momento certo para fazer suas postagens, e assim, evitar reações indesejáveis por parte do público. Por exemplo, posts voltados para um lado humorístico geram bastante engajamento após uma vitória, e o oposto após uma derrota. Além disso, também destacou que o clube tenta também se portar como o emissor primordial da informação aos seus torcedores.


"A prioridade são os nossos torcedores, que é o nosso principal público. Então eu acho que a primeira coisa que tem que estar na nossa cabeça é que muitas vezes temos o contato com um assunto pela primeira vez nas redes sociais. O Twitter vê uma informação, e quando essa informação tem a ver com Fluminense uma coisa oficial, a gente tem que ser essa fonte de informação. Então tem milhares de pessoas que falam sobre Fluminense que vão dar informação, mas a gente precisa criar uma relação de confiança de prioridade para os nossos torcedores, para eles saberem que quando eles verem nas nossas redes é porque aquilo era oficial e aquela informação é de qualidade", destacou Suzana.


Tássia do Carvalho, da Agência Is, primeira agência de comunicação que atende somente ações de impacto social, contou alguns casos que já trabalhou.


“Um projeto social lá do Complexo do Alemão nos pediu ajuda. Eles iam fechar as portas pois não tinham R$ 1.500 para poder pagar o aluguel do espaço que usavam. Perderam patrocínio no mês anterior, então não tinham mais como pagar nem os funcionários. Só que eles já tinham enviado duas crianças pra escola Bolshoi, que é a escola dança mais renomada do mundo. Eles também tinham mais nove crianças na escola do Teatro Municipal, e mesmo assim iriam fechar as portas. Eu pensei rapidamente ‘a gente precisa de uma estratégia para conseguir sair em algum veículo, que seja relevante o suficiente e de uma forma rápida'. Foi aí que conseguimos uma nota no Anselmo (Góes). Depois disso o projeto ganhou um patrocínio de dois anos da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro", celebrou Tássia.


Antes de falar do trabalho da Is, Tássia que emocionou a plateia ao contar que sua própria vida foi transformada por um projeto social. Ela passou dos cinco aos oito anos sem ir à escola porque tinha que cuidar dos irmãos mais novos para a mãe poder trabalhar. Quando a mãe conseguiu uma vaga para os filhos mais novos no projeto, Tássia pode retomar o sonho de estudar. No início, queria ser médica, mas depois percebeu que, por meio do jornalismo, também podia ajudar muitas pessoas.


2 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page