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As possibilidades da notícia para além do modelo tradicional


Na mesa de abertura do segundo dia, da esquerda para a direita, a aluna Bruna Gomes, os jornalistas Rodrigo Alves, Thiago Gomide e Gilberto Scofield Jr., e o aluno Gabriel Campelo


Abrindo o segundo dia da 17ª edição do Controversas, a mesa “Novos formatos e empreendedorismo” teve a participação de Thiago Gomide (Tik Tok Tá na História), Rodrigo Alves (podcast Vida de Jornalista) e Gilberto Scofield Jr. (Agência Lupa). Sob a mediação dos alunos Bruna Gomes e Gabriel Campelo, os convidados abordaram os novos formatos da notícia no mercado jornalístico. O debate passou por pontos como a necessidade de adaptação às plataformas digitais e da definição precisa de público-alvo para cada novo produto, assim como pelo papel das redes sociais nas novas formas de produção e consumo de produtos jornalísticos.



Gilberto Scofield Jr. (centro) considera que o jornalismo das grandes redações morreu. À direita, Thiago Gomide; à direita, Gabriel Campelo.


Gilberto Scofield compartilhou percepções valiosas sobre a importância de definir bem o público-alvo para novos projetos e de dominar o funcionamento das plataformas digitais. Para ele, é preciso desfazer a ideia de que o mercado tradicional, das grandes redações, ainda seja importante.  “Desculpa, mas as redações morreram!”, disse Gilberto. Para ele, os futuros jornalistas devem prestar atenção às novas formas de trabalho no meio digital e ao jornalismo independente nesse meio, que é para onde está caminhando a produção jornalística hoje. 


“É preciso estar atento a essas novas oportunidades de trabalho que não são exatamente o trabalho de repórter dentro da redação, tem uma oportunidade de trabalho digital interessante e única, a cada dia que vai passando”, acrescentou Gilberto. O jornalista, que já foi correspondente internacional do jornal O Globo na China, destacou também a importância de se construir modelos de negócios sólidos para garantir o sucesso no mercado alternativo, e afirmou que a educação midiática é fundamental, e precisa ser encarada não apenas como uma ferramenta, mas como uma função jornalística. 


Os novos formatos ajudam a chegar ao público, segundo Rodrigo Alves. Desde a produção de conteúdo, para ele é importante chamar da audiência o tempo inteiro. Rodrigo enfatizou que, para quem trabalha com podcast, como ele, é fundamental o uso das redes sociais.  O jornalista contou que ter um podcast com visibilidade ajuda a chamar atenção para outros trabalhos com uma remuneração melhor: “O vida de jornalista é o Sol”. 


Thiago Gomide trouxe ao debate um tom de incentivo aos alunos, e recomendou a busca por parcerias com marcas alinhadas aos projetos pessoais de cada um. O jornalista, que é também historiador, abriu sua fala chamando a plateia para o debate, com uma pergunta sobre se alguém ali tinha um projeto jornalístico independente. Diante da resposta positiva de uma aluna, incentivou a estudante e as demais pessoas da plateia a tirarem seus projetos do papel. Para quem imagina que o ambiente digital proporciona uma liberdade ilimitada, ele lembrou a necessidade de responsabilidade. Disse ainda que adaptar-se a cada plataforma é essencial. “O jornalismo pode se encaixar em todas as plataformas, mas não caia na armadilha do modismo”, recomendou. 


Em um cenário de transformações constantes, as palavras de Rodrigo Alves, Gilberto Scofield e Thiago Gomide ecoam como um guia para os jornalistas: ser adaptável, empreender com confiança e manter o compromisso com a verdade jornalística faz dos profissionais mais aptos aos trabalhos disponíveis no mercado atual: “O profissional de comunicação virou um profissional 360º, é preciso sair da universidade com talentos para trabalhar em qualquer área”, frisou Gilberto.

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