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Adaptação e diversidade nas novas formas de produzir conteúdo digital


Gabriel Spanner


Em reflexão sobre as transformações tecnológicas e suas consequências para o jornalismo, Victor Canedo, convidado do Controversas, deixou claro que ainda há um grande reconhecimento sobre o trabalho tradicional nas grandes empresas jornalísticas, mas a produção de conteúdo de forma autônoma já rende frutos. Nos últimos anos, os influenciadores digitais no jornalismo despontaram como agentes de um tipo de conteúdo feito para as redes, disseminando informação conjugada ao entretenimento.

Além de Canedo, participaram da mesa “Influenciadores digitais no jornalismo”, no segundo dia de evento, os jornalistas André Mendes, que idealizou o podcast “Pluralidade Em Pauta, e Cecília Boechat, que é influenciadora e apresentadora do “Sai do Eixo”, na GNT. A mediação foi das alunas Karen Rodrigues e Pâmela Dias, do curso de Jornalismo da UFF.

Victor Canedo falou com propriedade as novidades na profissão. Depois de doze anos de Rede Globo, o jornalista decidiu sair da emissora para seguir seu caminho como criador de conteúdo digital e influenciador, focado na área de esportes. Atualmente, ele trabalha com redes que estão em alta, como Twitch e Instagram. O jornalista falou no evento sobre esses novos meios:

“A cada cinco a dez anos o nosso meio sofre uma grande transformação porque a gente está muito ligado à tecnologia. A forma de se comunicar dos jornalistas muda nesse período, as vezes até em menos tempo. As redes sociais vão surgindo e quem está parado [em relação a elas] vai ficar parado [na profissão]”.

As mediadoras Karen e Pâmela perguntaram aos participantes sobre como aproveitar as experiências e aprendizados teóricos do jornalismo como benefício ao trabalhar a produção de conteúdo para o mundo digital. André Mendes, do “Pluralidade Em Pauta”, disse utilizar bastante as técnicas de entrevista. Para ele, a experiência na comunicação já ajudou muito. O convidado contou casos em que o feedback de convidados famosos foi muito positivo, mostrando como eles ficaram confortáveis e revelaram coisas inéditas.

“Isso é muito gratificante, entender como você pode de forma mais humana e com sensibilidade conversar com as pessoas, para tirar uma história interessante... Pra mim o grande aprendizado é entender um pouco mais das técnicas de entrevistas, entender como tirar esse conteúdo e transformar em algo agradável para as pessoas”, complementou.

Outra pauta da mesa foi a importância de se posicionar e abordar temas significativos para a sociedade, porém sem deixar de lado a relação com seu público e o que você entende, não se pronunciar apenas pelo momento e para seguir a “onda”. A ex-aluna da UFF Cecília Boechat abordou a importância de saber o que e quando falar sobre determinado assunto.

“Há esse contexto em que as pessoas esperam que eu tenha uma opinião e me posicione. Entendo que é uma questão de escolha, é você que vai decidir quais pautas abordar. Com isso, o posicionamento é sim importante, porque a gente vai somando vozes na direção de uma pauta na qual a gente acredita, querendo uma transformação no mundo. Para além de tudo isso, é muito importante nós sempre voltarmos para os nossos objetivos iniciais, nossos propósitos”.

Ao final das discussões propostas pela mediação, os convidados responderam perguntas de estudantes e ouvintes muito participativos, que interagiram de forma espontânea. Além de fazer perguntas, compartilharam experiências próprias, justamente por essas novas redes e formas de produzir conteúdo serem tão acessíveis e próximas do público jovem.




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