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A divulgação científica ainda busca soluções para informar e engajar

Atualizado: 31 de ago. de 2021



Gabriel Spanner


O jornalista de ciência, e todos que trabalham em divulgação científica, além de informar as pessoas sobre as pesquisas, deve se lembrar constantemente do seu papel social. Ao falar com o grande público, é preciso buscar maneiras para tornar compreensível o que está sendo falado. Em meio às discussões relacionadas à temática, na segunda mesa do Controversas, a jornalista Natália Flores, da Agência Bori, afirmou que o bom jornalismo científica funciona como antídoto para combater a desinformação:


“Ainda tem uma parcela da população que não conseguimos aproximar da ciência e do jornalismo. É nesse ponto que a sociologia e as ciências humanas entram para nos dar certas respostas, por exemplo sobre qual estratégia usar. A estratégia talvez seja ouvir mais essas comunidades e tentar entender o motivo delas escolherem determinadas fontes de informação, para assim conseguirmos preparar uma comunicação mais aceita por elas, mas é uma questão complexa”, sintetizou Natália, em mesa mediada pelo aluno João Pedro Lima.


Durante a pandemia de Covid-19, a cobertura de ciência mudou profundamente, seja na maneira de cobrir os fatos, na visibilidade alcançada e até em relação aos profissionais que passaram a cobrir o assunto. Muitos jornalistas de diferentes áreas de atuação se aproximaram das pesquisas e dos dados científicos, a fim de comunicar da melhor maneira os impactos da Covid-19 em suas editorias. A convidada Roberta Jansen, que é repórter do Estado de S. Paulo, contou como aconteceu essa repentina e forçada modificação na cobertura:


“Houve um período em que a cobertura de ciência tinha crescido e depois começou esse enxugamento nas redações. Aí quando a pandemia de Covid-19 chegou, do dia pra noite a gente teve que cobrir, e cobrir bem, todos os assuntos relacionados à doença. A redação toda passou a fazer o trabalho, e essa não é uma coisa que se aprende da noite pro dia.”


Outro tema que foi abordado em diversos momentos foi a utilização de redes sociais na disseminação de desinformação, com o disparo de fake news em massa. Para Marcia Correa e Castro, do Canal Saúde da Fiocruz, as redes ainda oferecem muito menos do que o ideal ou o mínimo para a segurança dos seus usuários e da verdade, considerando o poder que têm.


“Considerando a grana que essas redes fazem, com o serviço que elas oferecem lembrando que não é um serviço gratuito , elas tinham que fazer muito mais do que botar uma lupinha (o que foi feito para checar notícias muito compartilhadas). O negócio é que eles se eximem da responsabilidade [quanto à verificação de veracidade]. Como essas plataformas se auto regulam nesse ponto, não se chega a uma solução ideal”, opinou Márcia.


Na parte final da mesa, os alunos puderam fazer perguntas para as convidadas e algumas questões foram colocadas foram o desafio de simplificar a comunicação para atingir um público maior e os ataques feitos a instituições jornalísticas e científicas pelas máquinas de desinformação.


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